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quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Atualidade de kardec (texto publicado na revista "Reformador") ( Continue lendo...)

Maria Inês Machado
“ Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação...”( Epistola do apóstolo Paulo aos efésios, 29.)

Estava o mundo entorpecido pelas distorções que foram implantadas ao longo dos séculos, pelos interesses materiais, qual o exotismo dos perfumes fortes, que entontecem e confundem as fragrâncias camufladas, com as das verdadeiras essências.
As batalhas em nome de um Cristo, que é todo mansidão e todo bondade, havia lavado a Terra com as lágrimas dos inocentes, mas que, segundo os defensores da iniqüidade, tinham a suposta culpa de desenvolverem o pensamento contrário às leis dominantes.
A chuva torrencial do orgulho e da vaidade tinha modificado o plano terrestre. A palavra simples do evangelho de Jesus houvera recebido as fantasias do descalabro humano a fim de que o cetro do orgulho e da vaidade imperasse em nome do Cristo de Deus, que escolheu nascer na simplicidade de uma manjedoura.
E, assim, na sucessão dos séculos, inúmeros missionários do amor divino foram abatidos, porque as suas consciências vislumbraram outras paragens, propondo um porto seguro para as embarcações revoltas da intolerância e do poder temporal.
Foi neste cenário, que a Ciência fincou as suas bases, negando Deus, em resposta às ideologias dominantes de um Deus humanizado e colérico que pune os seus filhos com a marca do fogo e do ferro e lhes oferece como “prêmio” a fogueira, o suplicio e a dor.
Mas Jesus, profundo conhecedor da psicologia humana havia prometido O Consolador. Para tanto, o cenário terrestre estava sendo preparado para que, ao atingir a maioridade relativa, pudesse receber os ensinamentos esclarecedores e confortadores da Terceira revelação.
E, desse modo, Allan kardec, o bom senso encarnado, como afirmara Camile Flammarion, teve a nobre missão de codificar a Doutrina dos Espíritos, trazendo à humanidade uma nova era.
Kardec, na sutileza de cientista, soube ser translúcido, não envolvendo em quimeras os ensinamentos grandiosos do Cristianismo primitivo.
Como nos afirma Amaral Ornellas através das mãos abençoadas de Chico Xavier, no poema “Em homenagem a Kardec”:

“... Mas Kardec domina a enorme noite humana
E traz no Espiritismo a fé que se engalana,
Ao fulgor da razão generosa e sincera...
O Evangelho ressurge. O céu brilha de novo.
E Jesus, retornando ao coração do povo,
Acende para o mundo o Sol da Nova Era!”

Com a sabedoria da harmonia que reina no universo, o codificador teve toda uma preparação anterior, sendo discípulo de um grande educador, Pestalozzi, desenvolveu os seus estudos em diversas áreas do conhecimento humano, ampliando assim os seus conhecimentos e, no momento preciso, numa demonstração eloqüente de humildade, muda o seu nome, assumindo o de uma reencarnação anterior para que a humanidade conhecesse não o homem Hippplyte Léon Denizart Rivail, mas a obra, O Espiritismo.
Kardec não assumiu o personalismo arrojado dos homens, não lançou nos banquetes da França esta obra magnífica, ao contrario, soube olhar para um novo horizonte compreendendo a dimensão do seu trabalho, mas sem se deixar envolver pelo orgulho e pela vaidade, ópios que entorpecem os sentidos e que “deletam” qualquer trabalho sério quando este não é envolvido pela humildade.
A tecla do computador da consciência é inexorável, quando o caminho conduz a um objetivo grandioso, por mais que os espinhos, as pedras de tropeço surjam, este caminho vai se alargando, pois a seriedade do trabalho, por si só responde aos incautos e incrédulos, e ele cresce e se esparge em luzes de entendimento, e fica arquivado nos refolhos da Consciência humana. Todavia quando a obra é realizada sobre o auspicio do personalismo e do orgulho, ela perde-se no caminho e, pouco a pouco, vai se minando, mesmo que aparentemente pareça grandiosa.
Emmanuel, através de Chico Xavier, afirmou que a maior caridade que se faz a Doutrina espírita é a sua divulgação, entretanto o divulgador espírita precisa estar consciente da sua tarefa e ter a prudência da serpente para não cair em erros e em enganos.
O Espírita tem a obrigação moral com a sua consciência de apagar do seu pensamento as suposições errôneas adquiridas em literaturas que se rotulam de espíritas mas que na verdade não são, porque objetivam confundir o trabalhador desatento. Paulo de Tarso já dizia “Tudo me é licito, mas nem tudo me convém”.
O livre arbítrio nos possibilita fazer um cem número de coisas, entretanto, chama-nos à responsabilidade de assumirmos o resultados das nossas realizações. “Ler Kardec, sentir Kardec” implica não apenas numa leitura periférica, factual e sim numa leitura profunda compreendendo a dimensão dos ensinamentos contidos na codificação.
Ler outras obras as quais se denominam espíritas, da mesma forma implica numa releitura constante analisando as afirmações contidas para que não venhamos nos confundir e conseqüentemente divulgarmos a Doutrina espírita de forma distorcida.
Os títulos acadêmicos, muito válidos com certeza, não dão ao homem a condição de anular os trabalhos realizados pelos missionários do bem.
Analisemos, pois, a nossa condição de aprendizes, pois se assumirmos esta condição, com certeza, iremos verificar que ultrapassados e retrógrados estão os nossos atavismos e a nossa condição de salvadores.
A atualidade do pensamento de Kardec é tão verdadeira como o ar que respiramos. Mas para assumirmos esta verdade temos que trocar a “toga do orgulho e da vaidade” pela vestimenta simples dos sábios que como Sócrates afirmava: “Só sei que nada sei” e continuarmos a nossa peregrinação de estudos compreendendo que toda “obra nova” que surja com o intuito de dividir e de anular precisa ser passada pelo Crivo da razão.
O homem nasceu para edificar e jamais para destruir.
Observemos o apostolo Paulo que demonstrando sua lealdade e sua firmeza de caráter, dizia: “Quem me separará do amor de Cristo?" E refletindo sobre as suas palavras lembremos que no mundo existe muitas religiões, mas se fizemos opção pela Doutrina Espírita, vamos ser fieis aos seus princípios.