Este blog tem como objetivo divulgar textos, poemas, poesias, dinâmicas de grupo, peças de teatro, músicas, videos, entre outros.
Navegue por este blog, é um convite do coração
e se você gostar seja um seguidor. Grata pela sua visita






quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Tributo a Amelie Boudet


  Maria Inês Machado
(Texto publicado no Fraternity Spiritist  Society -London- http://www.fraternitygroup.com)

A historia de vida dos homens que revolucionaram o pensamento humano é permeada de valorosas mulheres, as quais foram dedicadas e fieis colaboradoras dos seus esposos, contribuindo enormemente para o cumprimento de suas missões.
Elas são silenciosas, ajudando-os sem alarde, porém, com firmeza, coragem e perseverança. O amor ao bem repousa em seus corações, portanto, não se sentem ofuscadas pelo brilho dos seus companheiros, pois compreendem a dimensão do trabalho que eles  realizam em prol da humanidade.
Sobre esta questão vale a pena lembrarmos o pensamento de Samuel Smiles: “Os supremos atos da mulher geralmente permanecem ignorados, não saem à luz da admiração do mundo, porque são feitos na vida privada, longe dos olhos do público, pelo único amor do bem.”
Mulheres notáveis, mulheres que marcaram a história, mulheres que deixaram rastros de luz em suas caminhadas, são tantas, e entre elas, vamos encontrar a suave Amelie Gabrielle Boudet, esposa abnegada, amiga e companheira que caminhou ao lado do insigne codificador da Doutrina Espírita, Allan Kardec, transformando o deserto da incompreensão, da injuria, da inveja e de toda a adversidade oriunda dos inimigos gratuitos, num Oasis de ternura e de amor.
Este grande homem, portador de uma missão inconfundível que marcaria uma nova era para a humanidade, não poderia ficar a mercê do acaso, necessário foi, portanto, que junto a ele estivesse um espírito de luz, um anjo de sabedoria, para lhe impulsionar em momentos decisivos, para abrir as comportas do entendimento sobre fatos relevantes da doutrina que o esperava para ser codificada.
A sua presença foi marcada por fatos relevantes e após a morte de Allan Kardec, confiante na missão do seu esposo, empreendeu todos os recursos para manter viva a chama do Espiritismo. Ela representou o braço forte, ao lado de notáveis homens que deram prosseguimento à grande obra do Codificador.Para tanto, empreendeu recursos para a fundação de uma sociedade destinada à divulgação da Doutrina Espírita, investiu na compra de propriedades que pudessem remediar futuras eventualidades, foi, portanto, uma mulher de “cérebro luminoso”, de coração pacificador e de mãos operantes.
Desânimo, tristeza, repouso prolongado não constavam na sua trajetória edificante. Apesar de poder escolher a aposentadoria tão desejada pela maioria dos mortais, Amelie Boudet fez a opção pelo trabalho contínuo, reunindo forças, oriundas do “Bem em Movimento” que fortalece as almas nobres destinadas a espalmar luz na Terra.
Amelie Boudet, este nome deve ficar guardado na mente dos espíritas, pois todos devem a esta grande mulher um profundo respeito por tudo que ela representou na vida do missionário da luz, o qual trouxe no século XIX a maior revolução de idéias que o mundo se apropriou, sinalizando uma nova perspectiva de vida para o homem, o qual de posse dos Conhecimentos Espíritas pode vislumbrar caminhos iluminadores e condutores da felicidade.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Natal de Jesus

                                          
                              Maria Inês  Machado
 Dezembro, anos 50, cidade do interior do Estado do Nordeste, as ruas se preparavam para a passagem da procissão, era a modalidade da comemoração do Natal de Jesus, apresentada pela religião predominante na pequena cidade  
O Jesus de todos: pobres, ricos, amarelos, negros, brancos. Afirmara: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida para Deus, ninguém chegará ao Pai, senão por mim”. Ele  não prescreveu  que vinha para esta ou aquela religião, nos ensinou a amar como ele nos tinha amado, exemplificou o perdão das ofensas em todos os momentos da sua passagem na Terra, culminando com a sua crucificação quando afirmara: “ Pai perdoa-lhes, pois eles não sabem o que fazem”.
O homem, ao longo dos séculos na luta desenfreada para a conquista do poder, utiliza de recursos que aprisiona o semelhante e a si mesmo. Jesus que não escolheu palácios para nascer, foi eleito pela vaidade humana como um rei de coisas que se conquista a preço de ferro e fogo. Os seus ensinamentos foram distorcidos na lei do vale tudo, desde que fosse mantido o trono do orgulho, o cetro da prepotência e a coroa  do poder temporal.
Porém, Jesus não desiste de nós, Ele, o Sublime Pastor das almas, aguarda que o coloquemos no âmago do nosso ser, vivenciando os seus ensinamentos, é, portanto, o guia e modelo da humanidade.
O Natal de Jesus é comemorado por todos os cristãos, as cidades se enfeitam de luzes, os presépios, as árvores de Natal são colocados em lugares estratégicos, relembrando o seu nascimento, cerimônias, rituais, inúmeras são as formas das manifestações comemorativas.
E aquela pequena cidade se preparou para homenagear Jesus. Esta homenagem era recheada de muitas atividades e, entre elas, a procissão. Foi, portanto, neste cenário, ou seja, em plena comemoração do Natal de Jesus que vamos reconhecer o quanto o homem e a mulher têm que caminhar para aprender o “Amai- vos uns aos outros como eu vos amei.”
A procissão seguia o seu percurso, hinos entoados pela multidão presente acompanhados pela bandinha local. Na linha de frente, marchavam os “coronéis” da cidade segurando o andor, logo atrás, formava-se uma fila de mulheres “ piedosas”, bem o retrato das freqüentadoras aos domingos e em dias especiais das cerimônias, dos ritos oferecidos pela igreja local.
Não muito distante do local da procissão, uma menina de apenas treze anos, observava a multidão que passava cantando os hinos em louvor a Jesus. A roupa rota, os cabelos em desalinho, a pequena continuava meio que assustada a um canto, observando o movimento da procissão. Movida pelo desejo de adquirir algo que pudesse levar para casa, aproxima-se lentamente da procissão. Ela não entende aqueles cantos, apenas vislumbra as mulheres, os homens bem vestidos e as crianças como ela, envoltas em mantos de cetim com coroas floridas na cabeça e asas sobrepostas nas costas, representando os anjos do Céu. Porém, movida pela necessidade, o ímpeto de conseguir algo é maior que o medo que a envolve, e ela se desloca do local em que está e aumentando o passo, busca a primeira ala da procissão, na qual se encontravam as mulheres, ditas virtuosas da cidade, que freqüentam todas as cerimônias religiosas do lugarejo.
A pequena, criando coragem, levanta a mão e pede a uma senhora bem vestida, cabelos presos em coque (bem do modelo da época). A senhora olha para criança e nada responde, continua o seu canto e a repetir a jaculatórias próprias da cerimônia A menina, um tanto quanto assustada, não desiste e volta a implorar, desta vez não apenas com a mão estendida, mas verbaliza: senhora uma esmola por amor de Deus. A senhora para, retira algumas moedas de uma pequena bolsa que carregava, e joga ao chão sem olhar para a garota. Esta, por sua vez, recolhe as moedas e coloca dentro de uma pequena lata que tinha nas mãos e prossegue.
Continuando a sua peregrinação, mais adiante chega próximo a um dos cavalheiros e estende a mão, este a olha e prossegue sem se dar conta do olhar da criança que o segue insistentemente, ele, por sua vez, não dando importância a suplica da infantil, continua a passos moderados com as suas botinas de couro. Mas, o desejo de levar algo para casa é maior e a criança renova o pedido, agora, também verbalizando: senhor, uma esmola pelo amor de Deus, o homem, de porte altivo, segue adiante sem se dar conta do pedido da criança. Ela não desiste e continua seguindo a procissão, de repente, como por encanto, surge um jovem, aproxima-se e pergunta o seu nome. O homem, ao perceber que o jovem iniciara o dialogo com a pedinte, o repreende: meu filho, não vês que estais numa procissão e como tal, devemos ter o devido respeito as cerimônias religiosa. É o Natal de Jesus que estamos comemorando. Como ousas filho, parar o cântico para falar com uma mendiga. O filho respeitoso, não desejando contrariar o pai, continua a marcha da procissão. O pai, por sua vez, com o semblante contrariado segue sem murmurar, porém, contido no seu orgulho, espera a oportunidade para inquirir o filho do acontecimento presente.
A cena tocara profundamente o jovem, aquela menina tinha quase a sua idade, mil interrogações surgiram na sua mente e burlando momentaneamente a vigilância do pai, diminui o passo e volta a falar com a garota., ao ouvir a  sua história, ele  oferece  não apenas as moedas que saciam a dor física da fome, mas o aconchego, o carinho das palavras doces, que curam as dores da alma. A pequena, que tinha sido ignorada pelos demais “fieis”, deixa-se irradiar pela alegria e sai cantarolando, buscando o seu lar. Antes, passa numa pequena venda e compra com o dinheiro que recebeu o alimento que será repartido com a sua mãe.
Chega a uma casebre afastado do centro da pequena cidade. A mãe, que adoecera, estava deitada num monte de palhas que espalhara no solo, à guisa de colchão. Era uma nobre senhora, educara a filha pelo exemplo da dignidade e mesmo doente, ao ver o que a filha havia conseguido com a mendicância, explica-lhe: minha filha, o trabalho dignifica a pessoa, seja ele qual for, não devemos abandoná-lo, portanto, esta situação de pedinte é provisória, logo que eu me recuperar, voltarei para as minhas atividades costumeiras, tornarei a lavagem de roupas que me fazem adquirir o pão  de cada dia.
E prossegue na sua exortação: Jesus não nos ensinou a mendicância, se assim o fizemos, foi num momento extremo, porém, não iremos continuar a pedir por muito tempo. Temos como adquirir o alimento para o nosso corpo, através do trabalho. A criança concordou com a sua mãe, e os seus olhinhos se iluminaram de esperança. E as duas juntas naquela noite de Natal, de mãos entrelaçadas, rogaram a Jesus a benção da saúde.
Após este momento mágico, a pequena relata para a sua mãe o ocorrido: a procissão, as pessoas que a acompanhavam, a fala do jovem que a atendeu após ser humilhada pelos adultos. A nobre senhora permanece por alguns segundos em silêncio, depois, dirige-se a filha e solicita que ela vá até o pequeno quintal da casa e  recolha no pequeno canteiro uma flor. A pequena, afasta-se do leito de sua mãe, e trás nas mãos uma singela  flor e, olhando para a mãe, a entrega.
A mulher coloca a flor nas mãos da filha  e diz: minha filha, essa singela flor, apesar da aridez do terreno,  se desenvolveu e o seu perfume envolve a tantos quantos dela se aproximam. Assim também são as pessoas, encontrarás no teu caminho criaturas como este jovem, que por onde passam exalam o perfume da humildade e da fraternidade, porém, encontrarás também outras que ostentam o nome de Deus nos lábios, mas têm o coração árido como o deserto.
Já apresentas os primeiros sinais de transformação da fase infantil para a juventude. És bela e despertarás atenção. Na maioria das vezes, a nossa condição de pobreza, aguça os sentidos dos perversos que desejam conquistar a nossa honra com galanteios recheados de promessas vis. Estes farão alusão a tua beleza, aguçando a vaidade natural da condição humana, porém, lembra-te que a beleza de uma mulher não se encontra nas ricas vestimentas que ostenta, mas na dignidade que a livra da perversão, portanto, não negues a Jesus, entregando-te nas mãos enlameadas dos covardes e impudicos.
                Tudo farão para te conquistar, porém, as maiores conquistas que podes almejar são os tesouros do céu. Assim como essa flor que não nasceu num jardim de um palacete, mas permanece com a sua brancura e perfume, tu também poderás manter a brancura da tua dignidade, oferecendo o teu amor, aquele que te compreender o sentimento.
Não te deixes vencer pelas propostas dos incautos que te cercarão, eles serão como o veneno injetado, que, após contaminar o sangue circulante da vida, te levará a morte da vergonha e da penúria.
                Observa o firmamento nesta noite de Natal e veja o quanto o céu esta iluminado.
Filha, não temos a mesa farta, iluminada pelos candelabros de cristais, porém, temos a luz do luar, o brilho das estrelas, que podemos contemplar, com a consciência liberta, enquanto que  outros, mesmo no luxo dos banquetes, guardam no intimo a escuridão da consciência culpada.
O Natal de Jesus pode ser comemorado em todos os momentos da tua existência com alegria, desde que possas vislumbrar esta mesma luminosidade, a das estrelas e a do luar dentro do teu ser.
Não import5a onde estejas, não é o formato da moradia que irá delinear a tua felicidade, mas a conquista de Jesus no íntimo do teu coração. Deixa, portanto, filha minha, Jesus se abrigar no teu coração juvenil, lembrando que se muito erramos nas existências passadas, a hora, agora, é de renovação e isto só é possível com a instalação da manjedoura de Jesus  na tua  consciência. Ao fazeres esta opção, os animais peçonhentos da futilidade e do prazer efêmero serão substituídos pelas ovelhas mansas da harmonia, da fé e da resignação, os anjos cantarão louvores com as harpas da pureza do teu coração, os reis magos ofertarão a mirra, o incenso e o ouro da paz.
Reverencia, portanto, filha de minha alma, Jesus em todos os dias, não esquecendo jamais que Ele veio a Terra e deixou todas as diretrizes para realmente chegarmos aos céus, com a túnica nupcial conquistada entre lutas e renúncias.
A criança olhou para a mãe e, com a voz embargada pela emoção, sentenciou: minha mãe, ainda que eu ande pelos vales da sombra e da morte, representados pela dureza do coração humano, não temerei mal algum, porque o teu amor foi e sempre será o meu cajado que me conduzirão pelas águas mansas dos rios da fé e da perseverança no bem. O Natal de Jesus, minha mãe, jamais irei comemorar com a procissão da indiferença, porque me ensinaste a amá-lo em espírito e verdade, e as estrelas do céu me anunciarão a tua presença, guiando os meus passos  nas estradas da vida.
Neste momento, estes dois anjos, reencarnados na Terra em processo de redenção, se entreolharam e as estrelas no firmamento pareciam sorrir iluminando aquele local pobre de recursos materiais, mas ricos em dignidade e amor.  


terça-feira, 23 de novembro de 2010

Natal, momento de reflexão, de avaliação e de elaboração de novos roteiros...

                                                                               Maria Inês Machado
Natal, momento de reflexão, de avaliação  e de elaboração de novos roteiros que podem ser vivenciados nos anos subseqüentes, tendo sempre como referencial O Cristo de Deus.
Neste sentido desejamos compartilhar com você estes momentos, deixando que o a nossa imaginação adentre pelo campo da suavidade desta poesia/musica do inesquecível  John Lennon o qual  marcou não  apenas a minha geração, mas também as gerações subseqüentes.

No Mundo da imaginação John Lennon propoe:
 “ Imagine que não existe  paraíso
É fácil se você tentar
Nenhum inferno abaixo de nós
Acima de nós só  o céu
Imagine todas as pessoas
Vivendo o momento...”
(Não existem os eleitos do céu, nem os condenados da terra, existe igualdade de oportunidades, onde através da reforma íntima todos podem galgar os patamares do “céu”(Mundos evoluídos) que está acima da nossa atual  condição espiritual, como nos fala o poeta: (Acima de nós só  o céu)
Imagine que não existem  países
Não é difícil  fazer
Nenhuma razão para  matar ou morrer
E sem religião também
Imagine todas as pessoas
Vivendo a vida em paz...”
(A proposta da divisão  não é uma proposta Divina. O projeto de Deus para o homem é que seja co-criador e, nesta proposta não existe lugar para separativismo, para destruição e sim para a união, ajudua mútua, no qual os países ricos dão suporte aos em desenvolvimento.Com relação a religião a proposta é de religação com Deus. Segundo pesquisas  o homem tem  o gene da Divindade portanto, não tem como passar para a condição de destruidor de almas, não existem tronos na fé que liberta e que consola.  Portanto o poeta renega a religião dos homens,de interesses mesquinhos, mas não a religião do Amor que promove a paz.)
 “ Imagine nenhuma  posse
Será que   você consegue
Sem necessidade de ganância ou fome
Uma fraternidade da humanidade
Imagine todas as pessoas
Compartilhando o mundo todo...”
(A terra é um celeiro de bençãos, a fertilidade do solo é inquestionavel,os avanços tecnologicos expressam a inteligência humana, porquanto os esfarrapados, os mendigos, os famintos,  so existem porque ainda estamos engessados no egoísmo. Através do medicamento do amor,  nos apropriamos do sentimento de solidariedade, tão somente assim desenvolveremos a fraternidade legitima)
“Você pode dizer
Que eu sou um sonhador
Mas eu não sou o único
Espero  que um dia
Você se junte a nós
E o mundo, então, será como um só.”
Em tempos de Natal, onde nos munimos dos instrumentos da fraternidade, convém darmos asa a nossa imaginação e refletirmos nos sonhos possíveis de serem realizados, para tanto precisamos ter olhos de ver e ouvidos de ouvir... Os benfeitores espirituais nos alertam que  já adentramos no Mundo de regeneração, portanto, devemos sair do plano da contemplação para a ação.
Na canção, o poeta nos convida a união de esforços para a construção de um mundo melhor. Este mundo tão cantado e decantado é viável, mas para a concretização deste sonho é necessário dar uma nova direção ao nosso olhar e observamos a lei do Amor que conduz o homem à condição do homem de bem.
                                     

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Inclusão Social:Compromisso do Cristão e do Homem de Bem ( Continue lendo...)

Maria Inês  Machado  
O dia amanhece convidando todos os habitantes da Terra a participarem da vida a qual se renova com promessas de dias melhores, construídos a partir da renovação de idéias, de atitudes solidárias... enfim, do compromisso do homem  com o seu  semelhante, na promoção da dignidade, da justiça e da paz.
Mas o mundo tem pressa e as pessoas correm na ânsia desmedida de ganharem dinheiro para adquirir bens materiais, na suposta ilusão de assim preencherem o vazio deixado pelas mãos inoperantes da prática do bem, na omissão cômoda os quais são fieis condutores  da  existência atual.
A sociedade contemporânea, marcada pelo consumismo,hedonismo e narcisismo convida os seus integrantes aos shoppings, aos restaurantes de iguarias variadas, às concessionárias as quais estão repletas de carros, do mais simples ao último modelo, entre outros atrativos; ao prazer das relações imediatas e descartáveis e ao enquadramento dos “padrões de beleza” elegidos pela insanidade.
Neste contexto, o homem tem medo de mostrar-se, de vivenciar emoções edificantes, vez que isto é sinônimo de fraqueza.  Assim, nesta corrida desenfreada, ele busca “Ter” esquecendo que “Ser” é mais saudável e necessário para ampliar a visão do mundo onde se encontram os excluídos, os chamados “Deserdados da sorte”.
Será que são realmente “deserdados da sorte”? Talvez outra expressão definiria melhor : “Os esquecidos, deixados à margem da sociedade pelo egoísmo do homem.”
O mundo precisa compreender que o momento não é mais de ações paliativas e sim de atitudes mais consistentes, permanentes.
Jesus quando aqui esteve deixou-nos um legado significativo: o seu Evangelho. Ele acredita e confia na renovação do ser humano, a partir da observação dos seus ensinamentos.
 Ele acolheu a todos, escreveu na areia as faltas dos presunçosos quando queriam apedrejar a mulher adúltera. Escolheu para seus discípulos homens simples, do povo. Quando inquirido pelo doutor da lei que desejava saber o “que é preciso fazer para possuir a vida eterna”  Ele relembra o que está mesmo escrito na lei:  “Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração e a teu próximo como a ti mesmo”. Ainda respondendo a indagação do doutor da lei: “E quem é o meu próximo?” Ele relata a parábola do Bom Samaritano : “Um homem sem nenhuma identificação de raça, nacionalidade ou condição social, é ferido e assaltado por ladrões que o deixam caído na estrada em estado de extrema necessidade. Passam por lá um  sacerdote, um levita e um samaritano, mas somente o samaritano o assiste em suas necessidades”. O doutor da lei conclui que o próximo daquele homem  foi o que agiu com misericórdia para com ele. E Jesus acrescenta: “ Então vai e faze o mesmo”.
Estamos vivenciando um novo tempo. E o que precisamos implementar para materializar esta nova era? Elaborar modelos de sistemas econômicos, políticos sofisticados? Avançar mais nas conquistas tecnológicas?
O panorama atual demonstra que o homem avançou consideravelmente nessas conquistas materiais, em detrimento da sua evolução moral que caminhou lentamente.
Urge, portanto, um novo olhar, um fazer diferente. É preciso compreender que o egoísmo, “esta chaga da humanidade”, precisa ser abolida da Terra, e isso só será possível quando o homem compreender o processo de educação voltado para o aspecto mais profundo do ser, com a lapidação do espírito, conduzindo o homem à humanização, à compreensão de si mesmo e  do seu próximo no seu mais amplo aspecto.
Dentro desta perspectiva, não há mais espaço para a comodidade do individualismo, do conformismo, atribuindo à sorte e aos outros fatores utópicos as mazelas provocadas pelo próprio homem que numa luta desigual contribui para ofuscar o seu irmão, iludindo-o com a idéia de que o sistema econômico e social vigente oferece igualdade de oportunidades  para todos.
O tempo é hoje. “Quem sabe faz a hora não espera acontecer”. Os nossos irmãos excluídos convocam a sociedade, gritam por justiça no silêncio dos seus corações. Expressam no olhar, nos gestos a certeza das suas convicções bem estruturadas, grafando  na bandeira que ostentam, construída pelo sofrimento da discriminação, palavras que só vêem os que têm “olhos de ver”. Bradam  pela  inclusão numa sociedade que lhes pertencem, por uma vida digna, mas  só escutam este grito os que têm “ouvidos de ouvir”. Enfim, nas suas lutas de guerreiros, “aparentemente derrotados”, esperam uma leitura diferente de todos os que se dizem cristãos, independente da religião que professam, para que, unidos  lutem por uma sociedade mais justa, mais fraterna e mais solidária.
A inclusão social é, portanto, compromisso de todos que levantam mais alto a bandeira da fé, articulada com as ações,independente do credo, pois, como dizia Paulo, o Apóstolo: “A fé sem obras é morta”.
                     
 

E Deus Fez a Mulher (Continue lendo...)

                                      Maria Inês Machado

Mulher, teu nome  encanta os artistas e eles expressam a tua beleza  nas letras das músicas, nas pinturas, nas poesias  e em tudo onde o belo, o maravilhoso está presente.
A cada dia  distribuis a tua tarefa na exigüidade do tempo, encontrando no teu roteiro de vida espaço para os diversos papéis que desempenhas como mãe, companheira e profissional .
Na maioria das vezes incompreendida num mundo, no qual as leis são elaboradas pelos homens, mas não desanimas comprovando a tua superioridade e dignidade ante as injustiças impostas.
Com garra e  determinação conseguistes, através dos tempos, não apenas provar, mas nascer e renascer na alma, em espírito, o doce frescor de ser mulher que batalha, ama e  conquista.
Mulher, conquista o teu espaço, mas lembra que ele é permeado de valores enobrecedores da alma.
Caminhas, mas te lembra que nesta caminhada as rosas jogadas aos teus pés podem ter espinhos... olha-as e sentes o perfume que exala te convidando à vida com responsabilidade de ação.
Ministra os teus conhecimentos por onde passares, lembrando-te de que o rastro deixado constitui-se em passarela permanente para a vida futura...
Conquistas a tranqüilidade no cabedal sublime das ações enobrecedoras, sinalizando diretrizes para uma educação que liberta,  , vencendo tempestades íntimas, na esperança de um porvir diferente.
Este porvir transforma-se de sombras e incertezas em arco íris translúcido, indicando novos horizontes e certezas comprometidas com o Bem e a Verdade que liberta.
Tens a  energia que envolve os cansados de lutar pela vida, em conquistas aparentemente salutares, mas que na realidade amargas quando não construídas com dignidade.
Mulher, criatura de Deus, vinda do infinito para amar, ser amada e conquistar espaços significativos, ajudando a construir uma sociedade redentora com promessas de dias felizes, incorporados pela benção da vida que nasce e renasce de um corpo feminino. Corpo esse que não é frágil, mas forte como a soma  dos cristais que brilham e encantam pela singeleza da transparência.
Neste teu dia, dedicas um minuto do teu tempo para compartilhar com as que te precederam e entregaram-se de corpo e alma a uma luta desigual e que contigo estão vibrando no mundo espiritual para que este espaço conquistado com suor, sangue e raça simbolizem a dignidade de ser mulher, criada por Deus para a doação da vida que não se extingue com a morte.
Mulher,  quando olhares no infinito e perceberes a ausência do Sol  e a formação de nuvens densas tentarem encobrir o teu rosto, eleva o teu olhar ao Criador com fé e confiança e Ele fará jorrar bênçãos de paz e luz porque o teu pensamento é sintonia com a divindade que te criou para amar, amar e só amar...

                                            

E AGORA POR QUE TE DETÉNS? ( Atos:22:16)(Texto publicado na Revista " Presença Espírita) (Continue lendo...)


                       Maria Inês Machado

             Esta expressão de Ananias dirigida a Paulo, nos conduz a profundas reflexões, no tocante ao trabalho da Evangelização Infanto-Juvenil.  A opção do trabalho com as crianças e com os jovens nos remete à responsabilidade, implicando no compromisso com o Evangelizando, com a casa, a causa, e, consequentemente, conosco mesmo.
            Convém, assim, perguntarmo-nos: O que estamos fazendo e como estamos executando o trabalho que nos foi confiado? Qual o investimento pessoal para que este trabalho não se torne apenas mais uma atividade na Casa Espírita? Qual a minha concepção de mundo, vez ela refletirá na minha prática pedagógica. Quais os recursos psico-pedadagógicos que estão ao meu alcance; e como estou utilizando-os? Qual o sentimento que me envolve na relação com este trabalho? Que tipo de relacionamento estou estabelecendo com o jovem e a criança a que me foram confiados?
            Jesus, o profundo psicólogo das almas, lidava com as diferenças: os seus discípulos, homens ainda a caminho no processo de evolução, demonstravam no cotidiano as nuances dos seus temperamentos. Mas Jesus sabia lidar com cada um deles.
            Assim, longe de querermos ter a mesma habilidade do Mestre, no que se refere ao conhecimento da intimidade do ser, temos o dever de buscá-lo, a fim de que possamos desenvolver o nosso trabalho com mais serenidade, uma vez que O elegemos como guia e modelo da humanidade, como nos apresentou o Livro dos Espíritos na pergunta 625.
            Por outro lado, não podemos perder de vista vasta bibliografia na área da psicologia e da pedagogia as quais nos apontam diretrizes e técnicas para o desenvolvimento do trabalho da evangelização. Porém as dificuldades  que surgem em cada Instituição merecem ser focalizadas dentro das suas especificidades.Pois se assim não procedermos, cairemos no desconforto de aplicarmos estratégias distantes da realidade do Educando.
           

             Todas as técnicas e procedimentos que facilitam o processo de ensino/aprendizagem são louváveis, entretanto não se pode esquecer que o processo é de evangelização, de educação do ser imortal que está adquirindo e desenvolvendo competências, não apenas para o presente, mas também para o futuro. A formação de caracteres exige do evangelizador mais que técnicas frias e sofisticadas pois podem ser inconsistentes  por mais atrativas que possam parecer. Se estas técnicas não atenderem a profundidade do ser imortal, são quimeras que se esvaziam  no decorrer dos tempos. Por isso devemos estar atentos,  com toda esta parafernália de  modismos que estão sendo oferecidos ostensivamente e/ou de forma camuflada às Casa Espíritas. Educar é um ato de amor e precisamos estar atentos ao  sentimento que desabrocha no nosso ser, para não oferecermos aos nossos jovens e crianças outros caminhos que não sejam aqueles apontados pela Doutrina Espírita
            Toda proposta renovadora deve ser atenciosamente analisada, a fim de que não caíamos nas distorções que aprisionam o ser nos dogmas superficiais. Por diversas vezes, nas nossas vidas mal vividas, já estacionamos e/ou nos aprisionamos, algemando também outras consciências .Portanto o momento é de vigilância permanente, compreendendo que Espiritismo é renovação de almas para a prática do Bem.
            Hoje vislumbrando um cenário diferente, desejamos semear as rosas perfumadas do Evangelho, e não mais  cultivar os  espinhos da vaidade   para isto, oferecemos  o solo fértil da nossa boa vontade, mas só ela não é suficiente , a boa vontade deve vir subsidiada de determinação, de garra e do desejo permanente de não abandonar a ferramenta.. Por isso, quando surgirem as primeiras dificuldades, lembremos das     indagações de Jesus aos seus discípulos; “Que buscais? Cap. XVIII – item 10 e segundo Emmanuel esta  indagação no presente é direcionada a todos os “lidadores do Espiritismo, diante da Boa Nova renascente no mundo”. E esta interrogação de Jesus  chega ao  servidor da evangelização infantil,  como “um brado de alerta relativamente ao rumo escolhido para a sementeira de luz.”
            .O Espiritismo desponta este ano com 150 anos, e isto implica em maior cota de responsabilidade, não podemos mais nos deter no caminho como outrora, para apreciarmos “o canto da sereia” que aguça a vaidade  nos envolvendo por práticas contrarias aos postulados da Doutrina Espírita.
            A Federação Espírita Brasileira, oferece  sem imposição às casa espíritas,  material  que podem subsidiar o trabalho da  Evangelização Infanto - juvenil. Este material é respaldado na Doutrina Espírita e nas modernas teorias psicopedagogicas. Sem a intenção de ser uma “cartilha” que deve ser seguida a risca, constitui-se num roteiro seguro que pode ser aplicado, fazendo as devidas adaptações  à realidade das  diversas Instituições Espíritas.    
                        O processo de evangelização da Infância e do Jovem requer de todos nós formação continuada.Por mais tempo que estejamos desenvolvendo este trabalho, não nos sintamos prontos. A cada dia nascem e renascem crianças com novas modalidades de exigências. Assim, não podemos permanecer estacionados nas nossas práticas retrógradas.
            Jesus teve como templo a natureza, e até hoje o tempo não apagou os seus ensinamentos.porque as suas palavras penetravam na alma humana.  Quanto a nós escolhemos trabalhar desta ou daquela maneira e quando para nós as condições não são favoráveis recuamos e nos desculpamos com afirmativas evasivas do tipo: A casa espírita que estou vinculada, não me oferece condições de trabalho; È eu tentei, mas é impossível trabalhar com crianças e/ou jovens que não oferecem a mínima condição de aprendizagem, são apáticos, não demonstram interesse... No nosso ponto de vista são crianças que não aprendem, não assimilam o conteúdo que desejamos passar, porque não preenchem os requisitos que nós estabelecemos. E assim  ficamos detidos na incompreensão do verdadeiro sentido da evangelização. E nestes momentos vale a pena nos perguntar: o que desejamos fazer com estas crianças ? com estes jovens? Será que estamos realmente imbuídos do desejo de colaborar com Jesus, no despertar de consciências?.            
            Na maioria das vezes ainda nos encontramos arraigados a velhos paradigmas. Ontem legisladores de gabinetes, de teorias mortas. E hoje? Desejamos permanecer engessados  nesta postura?
            As condições propicias  para o processo de evangelização da criança e do jovem, somos nós que construímos.
             Não adianta desenvolvermos as mais sofisticadas técnicas que a pedagogia, a psicologia nos oferece, se não desenvolvermos no íntimo do nosso ser o sentimento do amor, materializado na forma como vamos lidar com o nosso evangelizando.
            A relação Evangelizador/Evangelizando é permeada por diversas questões, é nesta relação, na sala de aula, que ocorre a aprendizagem. Portanto devemos verificar  o que desejamos passar para os nossos evangelizandos. Mas não apenas  em conteúdo  e sim na sua formação  como um todo.
            Geralmente,desenvolvemos no nosso imaginário  uma sala de aula uniforme, sem problemas, no qual vamos  dando o conteúdo, e o receptor, o evangelizando, vai  assimilando. Entretanto, o jovem, a  criança não são  simples receptores de informações que devem ser decodificadas e depois fornecidas em respostas prontas.
             Não podemos perder de vista,que tratamos com pessoas, e nada mais desigual tratarmos diferentes como se fossem iguais. Cada criança, cada jovem têm as suas peculiaridades. O processo de formação da personalidade não é igual para todos, apesar de terem  fases semelhantes. Neste processo estão presentes condições diversificadas que merecem  um olhar clinico, a fim de que possamos desenvolver o  trabalho, respeitando as diferenças.
            Ainda no nosso imaginário existem outros aspectos que catalisamos como obstáculos, isto ocorre, quando trabalhamos com crianças da periferia. Desenvolvemos a concepção que estas crianças o/ou estes jovens não são capazes de apreender e/ou construírem  conhecimentos  pois   oriundas de classes sociais socialmente carentes não oferecem as condições necessárias que conduzem a aprendizagem.  Passamos então a fazer  comparações. No centro x e/ou y as coisas funcionam, porque os evangelizandos não nasceram na periferia, são conduzidos á aula da evangelização pelos seus pais , que têm uma  boa situação sócio econômica, estes sim,  são jovens e crianças mais fáceis de se trabalhar, porque oriundas de bons colégios demonstram na sala de aula as suas capacidades de entendimento ao nosso ver, melhores que aqueles outros de classes sociais menos favorecidas. E partimos para as conjecturas, quando a solução seria analisarmos a situação presente, e desenvolvermos estratégias que atendessem a situação analisada.
            Não podemos subestimar a capacidade dos nossos evangelizandos, nem tão pouco improvisarmos, achando que para aquele tipo de criança e/ou jovem que estamos atendendo qualquer coisa serve.
            Existindo a dificuldade, cabe ao evangelizador desenvolver estratégias que alcancem o nível dos alunos na sala de evangelização.A criança e  o jovem  solicitam o nosso concurso, os mentores espirituais estão a postos aguardando o nosso compromisso com o trabalho. Mas  por acharmos que lidamos com crianças e/ou jovem cujo nível de exigência não e igual aquele outro, que ao nosso ver sabe mais, preparamos qualquer coisa, ou nem preparamos. Chegamos na sala e jogamos o assunto, apresentando uma  aula expositiva e cansativa, explorando a nossa memória nos conhecimentos que já adquirimos, porque o que prevalece é o improviso. E chegamos ao final da aula com a sala desmotivada, silenciosa ou indisciplinada, porque a indisciplina na sala de aula tem parceria com aulas monótonas.
             E assim, caminhamos sem nos preocuparmos em avaliar a nossa postura, a nossa disponibilidade e acima de tudo o nível de compromisso com o trabalho que assumimos.
Isto quando não desistimos no caminho ou alternamos os dias de aulas com as nossas faltas freqüentes.
            Mas aí fica a pergunta: o que podemos fazer para não nos determos no caminho?
            A Doutrina Espírita  nos oferece as respostas através da rica literatura  que chega até nós em forma de convites permanentes vejamos: “ ...É pela educação que as gerações se transformam e aperfeiçoam... Uma boa educação é, rara vezes, obra de um mestre. ...Para despertar na criança as primeiras aspirações ao bem, para corrigir um caráter difícil, é preciso às vezes a perseverança, a firmeza, uma ternura...”  Leon Denis;
...”Mestres e educadores, preceptores e pais colaborem, ao lado uns dos outros, em meio às esperanças do Cristo, dinamizando esforços em favor de crianças e jovens, na mais nobre intenção de aproximá-los de mestre e Senhor, Jesus...”Guillon Ribeiro.
“Estamos, filhos, vendo os primeiros resultados da campanha de evangelização Espírita Infanto juvenil no Torrão brasileiro... Não importa o vento adverso, a tempestade, ou a fagulha que destrói, há sempre a flor da Esperança—a luz divina do Coração Celeste que abençoa, renova, acerta,restaura, aduba, fortifica,”  Bezerra de Menezes.
“...Evangelizemos nossas crianças, espíritos forasteiros do infinito em busca de novas experiências, à procura da evolução espiritual...” Bezerra de Menezes
“Ao servidor da evangelização infantil, surge a interrogação do Divino Mestre qual brado de alerta relativamente ao rumo escolhido para a sementeira de luz.” Emmanuel


            Diante dos diversos convites que nos chegam através dos arautos do Plano Espiritual, prossigamos, com destemor. Não vamos no deter no caminho, embriagados pelos cantos das ilusões do mundo. Já é tempo de  fecharmos   a gaveta do desânimo e renovarmos as nossas energias com o Sol da perseverança. Não existe mais espaço para desculpas, para a  ausência da tolerância nos nossos relacionamento, os quais na maioria das vezes usamos como  desculpas para o nosso afastamento.
            Lembremos o que nos afirma o espírito Vianna de Carvalho “ O futuro da evangelização Espírita é semelhante ao do Sol, que diariamente percorre o zimbório celeste espalhando luz...E quando qualquer sombra o atemoriza, logo mais, ei-lo de volta.”
            Assim, quando a sombra da desânimo quiser nos agasalhar, busquemos o Sol do Evangelho de Jesus, o grande educador das almas, que nos convida diariamente a seguir os seus passos, nos oferecendo a oportunidade do trabalho.
            Observemos a afirmativa: “... arme-se a vossa falange de decisão e coragem! M/aos à obra! O arado está pronto; a terra espera; arai!” O Espírito da Verdade ( O Evangelho Segundo O Espiritismo – Cap.XX)


                                                                                                   

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Obras de Leonardo Machado

O Jovem escritor, compositor e palestrante espírita Leonardo Machado já lançou dois livros: "Quando a Terra Imita os Céus" e " A Sabedoria de Sócrates e o Cristianismo Redivivo. Lançou também 05 cd's. Você pode adquirir as suas obras na Federação Espirita Pernambucana, Livraria Saraiva,Livraria Cultura,Loja Gramophone do Shopping Center Recife, loja da TVCEI e/ou através do e-mail:lilianemoreno82@gmail.com. Toda a renda para Obras Assistenciais.











 



sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Mediunidade e auto estima (Continue lendo...)

Maria Inês  Machado

O desenvolvimento do ser humano não acontece ao acaso, antes é um processo que ocorre ao longo da vida e que não cessa com a velhice, pois de alguma forma estamos sempre aprendendo coisas novas que, incorporadas ao nosso “eu” espírito, fortalecem-nos e/ou nos fragilizam, a depender da forma como lidamos com estes conteúdos incorporados.
                                                                         
Um dos fatores determinantes do comportamento humano é o conceito que a pessoa faz de si mesma. Se esta se percebe como capaz, isto irá refletir no seu comportamento. Por outro lado, se a pessoa se percebe como incapaz o seu comportamento vai girar em torno deste autoconceito.

O autoconceito é formado pelas crenças, atitudes, percepções e impressões que o individuo tem de si mesmo. Ele vai sendo formado ao longo da vida. Inicia-se na infância, quando a criança, na convivência com os pais, com os professores e com os adultos vai fazendo afirmativas sobre ela as quais vão sendo incorporadas como verdadeiras.

Neste processo, o autoconceito vai emergir das aprendizagens realizadas. A autoimagem que a pessoa faz de si mesma vai refletir na sua autoestima.

A pessoa que desde criança, no lar, na escola, ou na convivência, foi incorporando as afirmativas negativas e os rótulos, pode desenvolver um processo de baixa autoestima que, se não for trabalhada, poderá prejudicar o seu desempenho nas diversas atividades que desempenha, pois os seus pensamentos, as suas atitudes e as suas ações vão girar em torno do conceito que tem de si mesmo.

A mediunidade é a faculdade que oferece os mecanismos necessários para que a pessoa possa entrar em comunicação com o mundo espiritual. É uma atividade que no seu processo de desenvolvimento requer o autoconhecimento, a fim de que possa ser desenvolvida a autoconfiança, um dos requisitos imprescindíveis no êxito de qualquer trabalho.

Na medida que a pessoa se reconhece como capaz e reconhece a mediunidade como um instrumento valioso de intercâmbio espiritual, ela passa a estabelecer metas, visando o seu aprimoramento, e, conseqüentemente, constitui-se num instrumento afinado do qual os espíritos poderão utilizar-se para os diversos objetivos edificantes relativos à pratica mediúnica. Por outro lado se a pessoa tem uma autoestima reduzida, provavelmente ela passará a alimentar sentimentos de menos valia, os quais serão observados pela espiritualidade menos esclarecida que sintonizada com os pensamentos de pessimismo e derrotismo induzirá o medianeiro ao desestímulo, fazendo-o desistir da sua meta, já que essa também não esta sendo solidificada na base do estudo.

Por outro lado, além disso, o candidato ao trabalho mediúnico, pode encontrar na Casa Espírita e no Movimento Espírita pessoas menos avisadas que por invigilância verbalizam sentenças infantis as quais alimentam nos médiuns iniciantes sentimentos de menos valia, através destas afirmações menos edificantes.

Portanto, torna-se necessário a todo trabalhador que se candidata ao trabalho da mediunidade com Jesus observar alguns pontos que irão ajudá-lo a conquistar a autoconfiança:

1. O que é o Centro Espírita?

“Uma Casa Espírita é uma escola onde podemos aprender e ensinar, plantar o bem e recolher-lhe as graças, aprimorar-nos e aperfeiçoar os outros, na senda eterna” (Emmanuel)

Analisando essa afirmativa é interessante verificarmos o que nos impulsionou a procurar o Centro Espírita? Qual é o nosso objetivo na Casa Espírita? Como está sendo o meu roteiro de estudo?

Jesus e Kardec são os dois pilares de toda e qualquer atividade espírita, portanto é imprescindível que os busquemos através do estudo, complementando os mesmos com as obras de André Luiz, de Joana de Angelis e de outras que lhe são subsidiárias. Estudemos, pois, as obras de Kardec e as obras complementares, pois assim ficará mais difícil cairmos nas malhas da ilusão e nas ondas do desalento.

2. “Aproxima-se o tempo em que se cumprirão as coisas anunciadas para a transformação da humanidade. Ditosos serão os que houverem trabalhado no campo do Senhor, com desinteresse e sem outro móvel, senão a caridade!”.

dias de trabalho serão pagos pelo cêntuplo do que tiverem esperado.”
O Espírito de Verdade - (Os Obreiros do Senhor - E.S.E.: XX - 5)

“Tomai, pois, por divisa estas duas palavras: devotamento e abnegação, e sereis fortes, porque elas resumem todos os deveres que a caridade e a humildade vos impõem”.
(“O Evangelho Segundo o Espiritismo” - Cap. VI – 8

Estas afirmativas de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, convidam-nos a verificar o nível de compromisso com o trabalho que desempenho.

3. “Senhor Jesus! (...) Faze-nos observar, por misericórdia, que Deus não nos cria pelo sistema de produção em massa e que por isto mesmo cada qual de nós enxerga a vida e os processos de evolução de maneira diferente”.
Emmanuel - (Psicografia de F. C. Xavier - CFN - “Reformador” fev./1973)

Através desta afirmativa de Emmanuel podemos fazer algumas reflexões: Eu faço comparações com outros médiuns que estão comigo na Casa Espírita? Estou recebendo palavras estimuladoras e/ou desestimuladoras? Como estou lidando com as afirmações que me chegam? Elas estão me ajudando? Eu filtro estas afirmativas ou elas estão reduzindo a minha auto-estima?

Sabemos que existem as diferenças individuais como nos afirma Emmanuel.
Isto implica dizer que somos diferentes, cada pessoa tem a sua forma especifica de caminhar e todos temos capacidades e limitações, todavia temos condições de superá-las e dar vôos mais altos. Não podemos sobrepujar as nossas capacidades, o que não implica prepotência e vaidade, mas consciência de que somos centelhas divinas destinadas à perfeição. O importante é partirmos para a ação, desenvolvermos a humildade, já que Jesus nos disse:“... porquanto todo aquele que se eleva será rebaixado e todo aquele que se
abaixa será elevado”. Jesus - (Lucas:XIV - 11 / E.S.E.: VII - 5)
Entretanto, não podemos, nem devemos, entender humildade como sinônimo de incapacidade, ou de acomodação, e ficarmos engessados, acorrentados nas idéias preconcebidas criadas por nós mesmos ou que nos são imputadas por companheiros que caminham conosco, imperfeitos como nós, necessitando também de ajuda.

Lembremos sempre que o nosso guia e modelo é Jesus e ele nos oferece o remédio eficaz para vencermos as nossas dificuldades, e os sentimentos de menos valia quando nos afirma no capitulo V do Evangelho de São Matheus : “vós sois deuses, podereis fazer o que eu faço e muito mais”, e ainda disse, “vós sois a luz do Mundo, brilhe a vossa luz”.

Diante de tudo isso, vamos partir para a prática mediúnica desenvolvendo um conceito positivo acerca das nossas possibilidades, sem exibicionismo, é claro, pois a mediunidade não representa um palco de espetáculo, entretanto não podemos deixá-la estacionada no nosso pessimismo e na nossa falta de confiança.

Caminhar sempre, estacionar jamais