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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

E AGORA POR QUE TE DETÉNS? ( Atos:22:16)(Texto publicado na Revista " Presença Espírita) (Continue lendo...)


                       Maria Inês Machado

             Esta expressão de Ananias dirigida a Paulo, nos conduz a profundas reflexões, no tocante ao trabalho da Evangelização Infanto-Juvenil.  A opção do trabalho com as crianças e com os jovens nos remete à responsabilidade, implicando no compromisso com o Evangelizando, com a casa, a causa, e, consequentemente, conosco mesmo.
            Convém, assim, perguntarmo-nos: O que estamos fazendo e como estamos executando o trabalho que nos foi confiado? Qual o investimento pessoal para que este trabalho não se torne apenas mais uma atividade na Casa Espírita? Qual a minha concepção de mundo, vez ela refletirá na minha prática pedagógica. Quais os recursos psico-pedadagógicos que estão ao meu alcance; e como estou utilizando-os? Qual o sentimento que me envolve na relação com este trabalho? Que tipo de relacionamento estou estabelecendo com o jovem e a criança a que me foram confiados?
            Jesus, o profundo psicólogo das almas, lidava com as diferenças: os seus discípulos, homens ainda a caminho no processo de evolução, demonstravam no cotidiano as nuances dos seus temperamentos. Mas Jesus sabia lidar com cada um deles.
            Assim, longe de querermos ter a mesma habilidade do Mestre, no que se refere ao conhecimento da intimidade do ser, temos o dever de buscá-lo, a fim de que possamos desenvolver o nosso trabalho com mais serenidade, uma vez que O elegemos como guia e modelo da humanidade, como nos apresentou o Livro dos Espíritos na pergunta 625.
            Por outro lado, não podemos perder de vista vasta bibliografia na área da psicologia e da pedagogia as quais nos apontam diretrizes e técnicas para o desenvolvimento do trabalho da evangelização. Porém as dificuldades  que surgem em cada Instituição merecem ser focalizadas dentro das suas especificidades.Pois se assim não procedermos, cairemos no desconforto de aplicarmos estratégias distantes da realidade do Educando.
           

             Todas as técnicas e procedimentos que facilitam o processo de ensino/aprendizagem são louváveis, entretanto não se pode esquecer que o processo é de evangelização, de educação do ser imortal que está adquirindo e desenvolvendo competências, não apenas para o presente, mas também para o futuro. A formação de caracteres exige do evangelizador mais que técnicas frias e sofisticadas pois podem ser inconsistentes  por mais atrativas que possam parecer. Se estas técnicas não atenderem a profundidade do ser imortal, são quimeras que se esvaziam  no decorrer dos tempos. Por isso devemos estar atentos,  com toda esta parafernália de  modismos que estão sendo oferecidos ostensivamente e/ou de forma camuflada às Casa Espíritas. Educar é um ato de amor e precisamos estar atentos ao  sentimento que desabrocha no nosso ser, para não oferecermos aos nossos jovens e crianças outros caminhos que não sejam aqueles apontados pela Doutrina Espírita
            Toda proposta renovadora deve ser atenciosamente analisada, a fim de que não caíamos nas distorções que aprisionam o ser nos dogmas superficiais. Por diversas vezes, nas nossas vidas mal vividas, já estacionamos e/ou nos aprisionamos, algemando também outras consciências .Portanto o momento é de vigilância permanente, compreendendo que Espiritismo é renovação de almas para a prática do Bem.
            Hoje vislumbrando um cenário diferente, desejamos semear as rosas perfumadas do Evangelho, e não mais  cultivar os  espinhos da vaidade   para isto, oferecemos  o solo fértil da nossa boa vontade, mas só ela não é suficiente , a boa vontade deve vir subsidiada de determinação, de garra e do desejo permanente de não abandonar a ferramenta.. Por isso, quando surgirem as primeiras dificuldades, lembremos das     indagações de Jesus aos seus discípulos; “Que buscais? Cap. XVIII – item 10 e segundo Emmanuel esta  indagação no presente é direcionada a todos os “lidadores do Espiritismo, diante da Boa Nova renascente no mundo”. E esta interrogação de Jesus  chega ao  servidor da evangelização infantil,  como “um brado de alerta relativamente ao rumo escolhido para a sementeira de luz.”
            .O Espiritismo desponta este ano com 150 anos, e isto implica em maior cota de responsabilidade, não podemos mais nos deter no caminho como outrora, para apreciarmos “o canto da sereia” que aguça a vaidade  nos envolvendo por práticas contrarias aos postulados da Doutrina Espírita.
            A Federação Espírita Brasileira, oferece  sem imposição às casa espíritas,  material  que podem subsidiar o trabalho da  Evangelização Infanto - juvenil. Este material é respaldado na Doutrina Espírita e nas modernas teorias psicopedagogicas. Sem a intenção de ser uma “cartilha” que deve ser seguida a risca, constitui-se num roteiro seguro que pode ser aplicado, fazendo as devidas adaptações  à realidade das  diversas Instituições Espíritas.    
                        O processo de evangelização da Infância e do Jovem requer de todos nós formação continuada.Por mais tempo que estejamos desenvolvendo este trabalho, não nos sintamos prontos. A cada dia nascem e renascem crianças com novas modalidades de exigências. Assim, não podemos permanecer estacionados nas nossas práticas retrógradas.
            Jesus teve como templo a natureza, e até hoje o tempo não apagou os seus ensinamentos.porque as suas palavras penetravam na alma humana.  Quanto a nós escolhemos trabalhar desta ou daquela maneira e quando para nós as condições não são favoráveis recuamos e nos desculpamos com afirmativas evasivas do tipo: A casa espírita que estou vinculada, não me oferece condições de trabalho; È eu tentei, mas é impossível trabalhar com crianças e/ou jovens que não oferecem a mínima condição de aprendizagem, são apáticos, não demonstram interesse... No nosso ponto de vista são crianças que não aprendem, não assimilam o conteúdo que desejamos passar, porque não preenchem os requisitos que nós estabelecemos. E assim  ficamos detidos na incompreensão do verdadeiro sentido da evangelização. E nestes momentos vale a pena nos perguntar: o que desejamos fazer com estas crianças ? com estes jovens? Será que estamos realmente imbuídos do desejo de colaborar com Jesus, no despertar de consciências?.            
            Na maioria das vezes ainda nos encontramos arraigados a velhos paradigmas. Ontem legisladores de gabinetes, de teorias mortas. E hoje? Desejamos permanecer engessados  nesta postura?
            As condições propicias  para o processo de evangelização da criança e do jovem, somos nós que construímos.
             Não adianta desenvolvermos as mais sofisticadas técnicas que a pedagogia, a psicologia nos oferece, se não desenvolvermos no íntimo do nosso ser o sentimento do amor, materializado na forma como vamos lidar com o nosso evangelizando.
            A relação Evangelizador/Evangelizando é permeada por diversas questões, é nesta relação, na sala de aula, que ocorre a aprendizagem. Portanto devemos verificar  o que desejamos passar para os nossos evangelizandos. Mas não apenas  em conteúdo  e sim na sua formação  como um todo.
            Geralmente,desenvolvemos no nosso imaginário  uma sala de aula uniforme, sem problemas, no qual vamos  dando o conteúdo, e o receptor, o evangelizando, vai  assimilando. Entretanto, o jovem, a  criança não são  simples receptores de informações que devem ser decodificadas e depois fornecidas em respostas prontas.
             Não podemos perder de vista,que tratamos com pessoas, e nada mais desigual tratarmos diferentes como se fossem iguais. Cada criança, cada jovem têm as suas peculiaridades. O processo de formação da personalidade não é igual para todos, apesar de terem  fases semelhantes. Neste processo estão presentes condições diversificadas que merecem  um olhar clinico, a fim de que possamos desenvolver o  trabalho, respeitando as diferenças.
            Ainda no nosso imaginário existem outros aspectos que catalisamos como obstáculos, isto ocorre, quando trabalhamos com crianças da periferia. Desenvolvemos a concepção que estas crianças o/ou estes jovens não são capazes de apreender e/ou construírem  conhecimentos  pois   oriundas de classes sociais socialmente carentes não oferecem as condições necessárias que conduzem a aprendizagem.  Passamos então a fazer  comparações. No centro x e/ou y as coisas funcionam, porque os evangelizandos não nasceram na periferia, são conduzidos á aula da evangelização pelos seus pais , que têm uma  boa situação sócio econômica, estes sim,  são jovens e crianças mais fáceis de se trabalhar, porque oriundas de bons colégios demonstram na sala de aula as suas capacidades de entendimento ao nosso ver, melhores que aqueles outros de classes sociais menos favorecidas. E partimos para as conjecturas, quando a solução seria analisarmos a situação presente, e desenvolvermos estratégias que atendessem a situação analisada.
            Não podemos subestimar a capacidade dos nossos evangelizandos, nem tão pouco improvisarmos, achando que para aquele tipo de criança e/ou jovem que estamos atendendo qualquer coisa serve.
            Existindo a dificuldade, cabe ao evangelizador desenvolver estratégias que alcancem o nível dos alunos na sala de evangelização.A criança e  o jovem  solicitam o nosso concurso, os mentores espirituais estão a postos aguardando o nosso compromisso com o trabalho. Mas  por acharmos que lidamos com crianças e/ou jovem cujo nível de exigência não e igual aquele outro, que ao nosso ver sabe mais, preparamos qualquer coisa, ou nem preparamos. Chegamos na sala e jogamos o assunto, apresentando uma  aula expositiva e cansativa, explorando a nossa memória nos conhecimentos que já adquirimos, porque o que prevalece é o improviso. E chegamos ao final da aula com a sala desmotivada, silenciosa ou indisciplinada, porque a indisciplina na sala de aula tem parceria com aulas monótonas.
             E assim, caminhamos sem nos preocuparmos em avaliar a nossa postura, a nossa disponibilidade e acima de tudo o nível de compromisso com o trabalho que assumimos.
Isto quando não desistimos no caminho ou alternamos os dias de aulas com as nossas faltas freqüentes.
            Mas aí fica a pergunta: o que podemos fazer para não nos determos no caminho?
            A Doutrina Espírita  nos oferece as respostas através da rica literatura  que chega até nós em forma de convites permanentes vejamos: “ ...É pela educação que as gerações se transformam e aperfeiçoam... Uma boa educação é, rara vezes, obra de um mestre. ...Para despertar na criança as primeiras aspirações ao bem, para corrigir um caráter difícil, é preciso às vezes a perseverança, a firmeza, uma ternura...”  Leon Denis;
...”Mestres e educadores, preceptores e pais colaborem, ao lado uns dos outros, em meio às esperanças do Cristo, dinamizando esforços em favor de crianças e jovens, na mais nobre intenção de aproximá-los de mestre e Senhor, Jesus...”Guillon Ribeiro.
“Estamos, filhos, vendo os primeiros resultados da campanha de evangelização Espírita Infanto juvenil no Torrão brasileiro... Não importa o vento adverso, a tempestade, ou a fagulha que destrói, há sempre a flor da Esperança—a luz divina do Coração Celeste que abençoa, renova, acerta,restaura, aduba, fortifica,”  Bezerra de Menezes.
“...Evangelizemos nossas crianças, espíritos forasteiros do infinito em busca de novas experiências, à procura da evolução espiritual...” Bezerra de Menezes
“Ao servidor da evangelização infantil, surge a interrogação do Divino Mestre qual brado de alerta relativamente ao rumo escolhido para a sementeira de luz.” Emmanuel


            Diante dos diversos convites que nos chegam através dos arautos do Plano Espiritual, prossigamos, com destemor. Não vamos no deter no caminho, embriagados pelos cantos das ilusões do mundo. Já é tempo de  fecharmos   a gaveta do desânimo e renovarmos as nossas energias com o Sol da perseverança. Não existe mais espaço para desculpas, para a  ausência da tolerância nos nossos relacionamento, os quais na maioria das vezes usamos como  desculpas para o nosso afastamento.
            Lembremos o que nos afirma o espírito Vianna de Carvalho “ O futuro da evangelização Espírita é semelhante ao do Sol, que diariamente percorre o zimbório celeste espalhando luz...E quando qualquer sombra o atemoriza, logo mais, ei-lo de volta.”
            Assim, quando a sombra da desânimo quiser nos agasalhar, busquemos o Sol do Evangelho de Jesus, o grande educador das almas, que nos convida diariamente a seguir os seus passos, nos oferecendo a oportunidade do trabalho.
            Observemos a afirmativa: “... arme-se a vossa falange de decisão e coragem! M/aos à obra! O arado está pronto; a terra espera; arai!” O Espírito da Verdade ( O Evangelho Segundo O Espiritismo – Cap.XX)


                                                                                                   

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