Maria Inês Machado
O desenvolvimento do ser humano não acontece ao acaso, antes é um processo que ocorre ao longo da vida e que não cessa com a velhice, pois de alguma forma estamos sempre aprendendo coisas novas que, incorporadas ao nosso “eu” espírito, fortalecem-nos e/ou nos fragilizam, a depender da forma como lidamos com estes conteúdos incorporados.
Um dos fatores determinantes do comportamento humano é o conceito que a pessoa faz de si mesma. Se esta se percebe como capaz, isto irá refletir no seu comportamento. Por outro lado, se a pessoa se percebe como incapaz o seu comportamento vai girar em torno deste autoconceito.
O autoconceito é formado pelas crenças, atitudes, percepções e impressões que o individuo tem de si mesmo. Ele vai sendo formado ao longo da vida. Inicia-se na infância, quando a criança, na convivência com os pais, com os professores e com os adultos vai fazendo afirmativas sobre ela as quais vão sendo incorporadas como verdadeiras.
Neste processo, o autoconceito vai emergir das aprendizagens realizadas. A autoimagem que a pessoa faz de si mesma vai refletir na sua autoestima.
A pessoa que desde criança, no lar, na escola, ou na convivência, foi incorporando as afirmativas negativas e os rótulos, pode desenvolver um processo de baixa autoestima que, se não for trabalhada, poderá prejudicar o seu desempenho nas diversas atividades que desempenha, pois os seus pensamentos, as suas atitudes e as suas ações vão girar em torno do conceito que tem de si mesmo.
A mediunidade é a faculdade que oferece os mecanismos necessários para que a pessoa possa entrar em comunicação com o mundo espiritual. É uma atividade que no seu processo de desenvolvimento requer o autoconhecimento, a fim de que possa ser desenvolvida a autoconfiança, um dos requisitos imprescindíveis no êxito de qualquer trabalho.
Na medida que a pessoa se reconhece como capaz e reconhece a mediunidade como um instrumento valioso de intercâmbio espiritual, ela passa a estabelecer metas, visando o seu aprimoramento, e, conseqüentemente, constitui-se num instrumento afinado do qual os espíritos poderão utilizar-se para os diversos objetivos edificantes relativos à pratica mediúnica. Por outro lado se a pessoa tem uma autoestima reduzida, provavelmente ela passará a alimentar sentimentos de menos valia, os quais serão observados pela espiritualidade menos esclarecida que sintonizada com os pensamentos de pessimismo e derrotismo induzirá o medianeiro ao desestímulo, fazendo-o desistir da sua meta, já que essa também não esta sendo solidificada na base do estudo.
Por outro lado, além disso, o candidato ao trabalho mediúnico, pode encontrar na Casa Espírita e no Movimento Espírita pessoas menos avisadas que por invigilância verbalizam sentenças infantis as quais alimentam nos médiuns iniciantes sentimentos de menos valia, através destas afirmações menos edificantes.
Portanto, torna-se necessário a todo trabalhador que se candidata ao trabalho da mediunidade com Jesus observar alguns pontos que irão ajudá-lo a conquistar a autoconfiança:
1. O que é o Centro Espírita?
“Uma Casa Espírita é uma escola onde podemos aprender e ensinar, plantar o bem e recolher-lhe as graças, aprimorar-nos e aperfeiçoar os outros, na senda eterna” (Emmanuel)
Analisando essa afirmativa é interessante verificarmos o que nos impulsionou a procurar o Centro Espírita? Qual é o nosso objetivo na Casa Espírita? Como está sendo o meu roteiro de estudo?
Jesus e Kardec são os dois pilares de toda e qualquer atividade espírita, portanto é imprescindível que os busquemos através do estudo, complementando os mesmos com as obras de André Luiz, de Joana de Angelis e de outras que lhe são subsidiárias. Estudemos, pois, as obras de Kardec e as obras complementares, pois assim ficará mais difícil cairmos nas malhas da ilusão e nas ondas do desalento.
2. “Aproxima-se o tempo em que se cumprirão as coisas anunciadas para a transformação da humanidade. Ditosos serão os que houverem trabalhado no campo do Senhor, com desinteresse e sem outro móvel, senão a caridade!”.
dias de trabalho serão pagos pelo cêntuplo do que tiverem esperado.”
O Espírito de Verdade - (Os Obreiros do Senhor - E.S.E.: XX - 5)
“Tomai, pois, por divisa estas duas palavras: devotamento e abnegação, e sereis fortes, porque elas resumem todos os deveres que a caridade e a humildade vos impõem”.
(“O Evangelho Segundo o Espiritismo” - Cap. VI – 8
Estas afirmativas de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, convidam-nos a verificar o nível de compromisso com o trabalho que desempenho.
3. “Senhor Jesus! (...) Faze-nos observar, por misericórdia, que Deus não nos cria pelo sistema de produção em massa e que por isto mesmo cada qual de nós enxerga a vida e os processos de evolução de maneira diferente”.
Emmanuel - (Psicografia de F. C. Xavier - CFN - “Reformador” fev./1973)
Através desta afirmativa de Emmanuel podemos fazer algumas reflexões: Eu faço comparações com outros médiuns que estão comigo na Casa Espírita? Estou recebendo palavras estimuladoras e/ou desestimuladoras? Como estou lidando com as afirmações que me chegam? Elas estão me ajudando? Eu filtro estas afirmativas ou elas estão reduzindo a minha auto-estima?
Sabemos que existem as diferenças individuais como nos afirma Emmanuel.
Isto implica dizer que somos diferentes, cada pessoa tem a sua forma especifica de caminhar e todos temos capacidades e limitações, todavia temos condições de superá-las e dar vôos mais altos. Não podemos sobrepujar as nossas capacidades, o que não implica prepotência e vaidade, mas consciência de que somos centelhas divinas destinadas à perfeição. O importante é partirmos para a ação, desenvolvermos a humildade, já que Jesus nos disse:“... porquanto todo aquele que se eleva será rebaixado e todo aquele que se
abaixa será elevado”. Jesus - (Lucas:XIV - 11 / E.S.E.: VII - 5)
Entretanto, não podemos, nem devemos, entender humildade como sinônimo de incapacidade, ou de acomodação, e ficarmos engessados, acorrentados nas idéias preconcebidas criadas por nós mesmos ou que nos são imputadas por companheiros que caminham conosco, imperfeitos como nós, necessitando também de ajuda.
Lembremos sempre que o nosso guia e modelo é Jesus e ele nos oferece o remédio eficaz para vencermos as nossas dificuldades, e os sentimentos de menos valia quando nos afirma no capitulo V do Evangelho de São Matheus : “vós sois deuses, podereis fazer o que eu faço e muito mais”, e ainda disse, “vós sois a luz do Mundo, brilhe a vossa luz”.
Diante de tudo isso, vamos partir para a prática mediúnica desenvolvendo um conceito positivo acerca das nossas possibilidades, sem exibicionismo, é claro, pois a mediunidade não representa um palco de espetáculo, entretanto não podemos deixá-la estacionada no nosso pessimismo e na nossa falta de confiança.
Caminhar sempre, estacionar jamais
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sexta-feira, 10 de setembro de 2010
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